domingo, 16 de agosto de 2009

Veronika decide morrer

Veronika decide morrer ( 2009 )
Direção: Emily Young
Roteiro: Larry Gross, Roberta Hanley.

Algumas adaptações para o cinema são fiéis aos livros e costumam agradar aos fãs das obras literárias - que insistem na idéia equivocada de compará-las com o filme, como se existisse a possibilidade de um livro ser melhor que o filme ou vice versa - outras são polêmicas, não são tão fiéis o que não quer dizer que sejam ruins. Ainda não li ‘Veronika Decide Morrer’ do Paulo Coelho, mas o filme da diretora Emily Young, carece de uma protagonista talentosa, um bom roteiro e direção competente. Resultado: Eis uma adaptação que não funcionou.

Veronika( Sarah Michelle Gellar) é uma bela jovem, com um bom emprego e que mora num confortável apartamento em Nova York. Porém ela não é feliz, julga a vida que leva como previsível, sem sentido. Certa noite, ao chegar em casa, toma uma overdose de medicamentos. Ao acordar num hospital psiquiátrico aos cuidados do doutor Blake (David Thewlis), descobre que terá poucos dias de vida. Infelizmente Sarah Michelle Gellar provou ser incapaz de garantir o peso dramático suficiente ao personagem; além de inexpressiva e de sempre lançar o olhar sedutor quando dialoga com alguém do sexo masculino ( tudo bem que ela é gostosinha, mas cá pra nós ela não está em ‘ Segundas Intenções’) ela é responsável por uma da cenas mais constrangedoras do filme quando se masturba tocando piano enquanto flerta com Edward( Jonathan Tucker), rapaz até então mudo devido um trauma. A seqüência revela-se apelativa e beira o vulgar justamente pelas caras e bocas inadequadas da loirinha.

Além disso o filme se perde por conta do roteiro fraco que não explora os coadjuvantes ao ponto de nos convencer que são importantes no processo de melhora da protagonista. O romance entre Veronika e Edward revela se artificial, assim como o contato frio e breve com o psicanalista. Os diálogos expositivos estão presentes em algumas situações; naquela a qual Veronika descobre algo importante sobre Edward – o que acabamos de descobrir segundos antes, e no momento da conversa com o doutor Blake após a cena do piano.

A narrativa ainda encontra outros empecilhos que somam pontos negativos. O uso de planos abertos na clínica psiquiátrica é exagerado, bastava filmar a fachada do local uma vez, mas a diretora parece que quer nos lembrar a todo momento que ali funciona a tal clínica. Metáforas clichês como a da ‘ pessoa afundando na água’ para simbolizar algo negativo’ e no sol nascente como mostra de esperança, e de que ‘ bons tempos que estão por vir’ também poderiam ser evitadas.

Não foi dessa vez que uma obra do mago pop star literário teve uma adaptação representativa no cinema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário